terça-feira, 8 de novembro de 2011

Apesar de você... Amanhã há de ser um novo dia!...(8) (Musicosociologia 17)

   Pois é meus colegas, estou vivo e junto comigo, ressucitou o meu PC querido do coração que estava numa "Bad trip". But now, (que coisa mais boiola, sem preconceitos - só vicio de linguagem...) estamos de volta dando voltas!
  Não poderia deixar de constar que, estou muito feliz por coisas que vem acontecendo, mas que, por hora, ainda não posso dividir. Entretanto, assim que possível... Enfim, ao que interessa e há muito está em atraso, MÚSICA!
  O que trago na ocasião é mais uma obra de um dos meus compositores preferidos, coisa que já declarei em outras ocasiões. Hoje, falando sobre as sub-mascaras da violência e violências...









A Violência Travestida Faz Seu Trottoir
Engenheiros do Hawaii


no ar que se respira, nos gestos mais banais
em regras, mandamentos, julgamentos, tribunais
na vitória do mais forte, na derrota dos iguais

a violência travestida faz seu trottoir

Na procura doentia de qualquer prazer
Na arquitetura metafisica das catedrais
Nas arquibancadas, nas cadeiras, nas gerais

a violencia travestida faz seu trottoir

na maioria silenciosa, orgulhosa de não ter
vontade de gritar, nada pra dizer
a violência travestida faz seu trottoir
nos anúncios de cigarro que avisam que fumar faz mal

| a violência travestida faz seu trottoir
| em anúncios luminosos, lâminas de barbear
| armas de brinquedo, medo de brincar
| a violência travestida faz seu trottoir

no vídeo, idiotice intergaláctica
na mídia, na moda, nas farmácias
no quarto de dormir, na sala de jantar
a morte anda tão viva, a vida anda pra trás
é a livre iniciativa, igualdade aos desiguais
na hora de dormir, na sala de estar

a violência travestida faz seu trottoir

uma bala perdida encontra alguém perdido
encontra abrigo num corpo que passa por ali
e estraga tudo, enterra tudo, pá de cal
enterra todos na vala comum de um discurso liberal

| a violência travestida faz seu trottoir
| em anúncios luminosos, lâminas de barbear
| armas de brinquedo, medo de brincar
| a violência travestida faz seu trottoir

| a violência travestida faz seu trottoir
| em anúncios luminosos, lâminas de barbear
| armas de brinquedo, medo de brincar
| a violência travestida faz seu trottoir

Tudo que ele deixou foi uma carta de amor pra uma apresentadora de programa infantil. Nela ele dizia que já não era criança, e que a esperança também dança como monstros de um filme japonês. Tudo que ele tinha era uma foto desbotada, recortada de revista especializada em vida de artista. Tudo que ele queria era encontrá-la um dia (todo suicida acredita na vida depois da morte). Tudo que ele tinha cabia no bolso da jaqueta. A vida quando acaba, cabe em qualquer lugar.
E a violência travestida faz seu trottoir...

não se renda às evidências
não se prenda à primeira impressão

eles dizem com ternura:
"o que vale é a intenção"
e te dão um cheque sem fundos
do fundo do coração

no ar que se respira
nessa total falta de ar
a violência travestida
faz seu trottoir

em armas de brinquedo, medo de brincar
em anúncios luminosos, lâminas de barbear
nos anúncios de cigarro que avisam que fumar faz mal

a violência travestida faz seu trottoir
a violência travestida faz seu trottoir






"No ar que se respira, nos gestos mais banais em regras, mandamentos, julgamentos, tribunais na vitória do mais forte, na derrota dos iguais." Por aqui, começamos a enxergar que, mais uma vez, trata-se de coisas cotidianas que nos tocam no dia a dia, coisas corriqueiras. Falando sobre isso o autor usa como exemplo para mostrar onde se faz presente algumas das formas de violência, quando no refrão ele diz: "A violência  travestida faz seu trottoir." (Tive que fazer dever de casa, por isso pesquisei) Sobre o  "trottoir". A expressão francesa se refere a "calçada", "caminho" (é interessante lembrar que esse autor já gosta de fazer referencias a "caminhos", só ver Infinita Highway) ou seja, com isso o autor quer dizer (pelo que entendo, claro)  que é nesses gestos, implicitamente que as violências se fazem presentes, fazem trajetória, e assim ate se perpetuam geração após geração. E, percebe-se também que, são ligados simples gestos, que são praticamente imperceptíveis as formas de violência sobre estes, e é nessa hora que nos deparamos com as; "Violências Simbólicas" do P. Bourdieu, outros dos meus autores preferidos. (claro né? Se sou eu que estou escrevendo...) Durante o texto da música, além das ligações entre contradições, e um belo jogo de palavras referentes as mais diversas coerções, necessidades, prazeres e etc. Durante a música entende-se que, do bem ao mal a violência faz seu "caminho"; "na mídia, na moda, nas farmácias no quarto de dormir, na sala de jantar a morte anda tão viva, a vida anda pra trás é a livre iniciativa, igualdade aos desiguais.", " armas de brinquedo, medo de brincar a violência travestida faz seu trottoir." E, após esse bombardeio de violências o que ocorre?...
"Tudo que ele queria era encontrá-la um dia (todo suicida acredita na vida depois da morte). Tudo que ele tinha cabia no bolso da jaqueta. A vida quando acaba, cabe em qualquer lugar.
E a violência travestida faz seu trottoir..."
Sobre o quem ele queria encontrar, daí podemos direcionar as mais diversas situações, ou vontades, pessoas etc. Poderia ser a necessidade por igualdade, ou falsa igualdade, interação, tipo de vida etc. 
  Fato é que, mais uma necessidade se criou, necessidade que pode ser fatal, a de ser o que vendem como "bom". ( o que não é nenhuma novidade.)
 Entretanto, pelo menos na música, e pelo apelo do cantor em forma de denuncia, ele finaliza manifestando, também, nem que seja um suspiro de positivismo... Talvez na tentativa de ser ouvido: "não se renda às evidências, não se prenda à primeira impressão" e continua; "eles dizem com ternura: "o que vale é a intenção'" e te dão um cheque sem fundos do fundo do coração." Acho que não preciso falar mais...Por enquanto!

Então fica por isso mesmo... 
...Reflita ai, qualquer coisa comenta. 

No mais é isso!
Inté quando dé!

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