Olá, olá, olá caros amigos... Pessoas, sujeitos, indivíduos, atores ou como preferirem... Tudo Bem com vocês? Espero que sim!
Então, meus colegas, este espaço reservei para disponibilizar alguns trabalhos acadêmicos, artigos e coisas de utilidade a quem se fizer necessário!
Natureza x cultura
Temos hoje, com o avanço da ciência, os mais variados estudos sobre a origem das civilizações, bem como sua cultura e crença. Atualmente defende-se também que as variações comportamentais podem derivar de fatores genéticos. O filme O enigma de Kaspar House retrata a historia de um homem que foi criado em um calabouço e ñ tinha domínio nenhum de sua inteligência ou se quer coordenação motora, precisando ele de auxílio para qualquer que fosse sua necessidade, ou seja, um homem formado que ainda agia como criança. Porém foi rapidamente socializado ao entrar em contato com o povo de uma pequena cidade. Desasa forma podemos ter a compreensão de que o homem assume postura de ser social a partir do convívio com determinada coletividade, tomando pra si seus costumes e crenças. (axu q as palavras socializado, social e coletividade q transmite a mesma Idea pesaram um poucoL)
Por outro lado temos o ponto de vista biológico que visa o discernimento do ser a partir de seu genes, ou seja que o fato de alguém se tornar “bom ou mau” vem da genética adquirida hereditariamente, sendo agravados ao logo de sua vida social. “(Estiven Rose). Fatos como uma educação violenta podem formar um ser violento devido a conformação genética – um alelo menos eficiente da enzima MAO-A que aumenta o risco de um adolescente apresentar desordens de conduta em 2,8 vezes, e de ser preso por crime violento em 9,8 vezes”. Segundo Steven Pinker, temos a definição da natureza humana a partir da Idea da “Tabula rasa” onde o ser humano é uma folha em branco a ser escrita pela sociedade, assim como Mao tsé-tung definiu o homem como uma folha limpa que poderia ser pintado com as mais belas e diversas cores. Temos como exemplo também a civilização Espartana onde o infanticídio era uma pratica comum e ate necessária em alguns casos. (justifique )Temos ainda O filósofo Renato Janine Ribeiro, da Universidade de São Paulo (USP),que acredita que a diversidade de comportamentos e valores que encontramos em diferentes sociedades desmentiria a idéia de uma natureza única e imutável, ele afirma que mesmo características tidas como universais sofrem alterações ao longo da história.
Tendo como base as afirmações acima, levemos em conta que na posição de futuros cientistas sociais não devemos nos atrelar ao fator biossociológico, devemos nos ater, principalmente, a fatos sociais e antropológicos da historia da humanidade, os quais para mim dão mais ênfase em seus resultados de pesquisa e esclarecendo o fato de sermos quem somos.
Giovanne Sartori
É muito confuso o modo como a política é tratada. O mesmo termo serve para expressar significados diferentes e muitas vezes contraditórios, prejudicando a análise dos fatos e os fundamentos dos debates. Muitos “críticos” de política parecem tratá-la sem nenhum rigor, o resultado são jornais, blogs e outras publicações e manifestações que giram equivocadamente sobre um senso comum sem base ou consistência.
trabalhar com uma definição mais precisa para o conceito de política pode melhorar os debates e contribuir para o nosso desenvolvimento. Sem esse rigor, as discussões no campo político ficam restritas à troca de opiniões superficiais sobre o que é divulgado nos meios de comunicação. Por exemplo, o cotidiano dos políticos, por si só, não compreende toda a dimensão da política e não pode ser o único aspecto tratado.
Uma boa forma de interpretarmos e pensarmos o conceito de política foi apresentada por Giovanni Sartori em seu livro”A Política”. Ele partiu da expressão “ciência política” não como conhecida e definida em conjunto, e sim considerando o sentido de cada uma de suas partes, tanto o conceito de “ciência” quanto de “política”.
Especificamente ao termo “política”, demonstrou um obstáculo historicamente desenvolvido que resultou em equívocos no tratamento da própria idéia de política que só no século XIX teria sido amenizado. Sartori enumerou três erros nessa trajetória:
I – a duplicidade político-social;
II – o social não é exatamente “a sociedade”;
III – nosso substantivo “política” não tem o mesmo significado do grego politiké, assim como falar de “homem político” não é falar no “animal político” de Aristóteles.”
Ele retomou passagens históricas de como a política foi definida ao longo dos séculos e conclui “que o caminho complexo e tortuoso da idéia da política ultrapassa a cada instante, e em mil aspectos, a palavra correspondente.”
Mas o problema não pára por aí. Sartori investiu na análise de dois pontos que para ele são essenciais para se buscar a definição de política: sua “autonomia” e sua “natureza”.
Nesse caso, temos a seguinte construção: primeiro, a política não se refere a toda sociedade, isso quer dizer que ela é algo específico que compõe a teia de relações que formam a sociedade. Segundo, ela difere de outras manifestações humanas, tais como a economia e a moral, ou seja, o comportamento político difere dos comportamentos econômico e moral, cujos critérios são, respectivamente, a “utilidade” e o “bem”. Terceiro, o comportamento político tem sua natureza baseada nas decisões tomadas por pessoas em posições que lhes permite interferir em outros campos.
Em síntese, é o exercício do poder político que define a própria política. A política precisa ser vista como atividade que envolve as relações de poder, e estas relações devem ser claramente definidas e analisadas, como objetos de uma ciência, a ciência política.
Resumo do livro: Raízes do Brasil
Autor: Sérgio Buarque de Holanda
Em 1936, depois de uma estadia na Alemanha, Sérgio Buarque de Holanda publica o livro: “Raízes do Brasil”, um livro que tem uma perspectiva sociológica e psicológica com um objetivo político, onde o autor tenta, através de nosso passado, ver o nosso futuro. É um livro inovador no que diz respeito à busca da identidade nacional. Num momento onde a psicologia vinha se desenvolvendo muito e a sociologia começa a perder seu caráter altamente “científico”, Sérgio Buarque vai atrás do que poderíamos chamar de essência do homem brasileiro. Num jogo de idas e vindas na nossa história, deixando claro os momentos que ele mais considera, Sérgio Buarque vai construindo um panorama histórico no qual ele inserirá o “homem cordial”, que nada mais é do que fruto de nossa história, que vem da colonização portuguesa, de uma estrutura política, econômica e social completamente instável de famílias patriarcais e escravagistas.
Fronteiras da Europa: No primeiro capítulo do seu livro, Sérgio Buarque mostra que os países Ibéricos eram os que faziam fronteiras entre a Europa com o mundo através do mar, e por isso eles são menos “europeizados” do que os demais países. Eles ficam um pouco à margem do resto da Europa mesmo nas navegações que foram pioneiros. Para os países Ibéricos cada homem tinha que depender de si próprio. Eles não possuíam uma hierarquia feudal tão enraizada, por isso a mentalidade da nascente burguesia mercantil se desenvolveu lá primeiro. Somando a isso, havia toda uma frouxidão organizacional que estarão muito presentes na história de Portugal e conseqüentemente do Brasil. Para Sérgio Buarque, a aparente anarquia Ibérica era muito mais correta, muito mais justa que a hierarquia feudal, pois, não continha muitos privilégios. A nobreza portuguesa era muito flexível, o que o autor chamará de mentalidade moderna. Havia uma igualdade entre os homens.
O pioneirismo de Portugal nas navegações se deve a um incentivo próprio, já que esse país tinha uma mentalidade mais aberta. Autor chega a defender a mentalidade burguesa e os países Ibéricos. Os Ibéricos não gostavam do trabalho físico, queriam ser senhores, mas sem ter que fazer o trabalho manual. Por fim o autor nos fala que o Brasil tem muitas características ibéricas e sua construção cultural vem daí
Trabalho e Aventura: Para o autor, os portugueses que foram os primeiros a se bancarem no mar eram ao que estavam mais aptos para a missão no Novo Mundo. Em seguida Sérgio Buarque fala que existem dois tipos de homens: um com olhar mais amplo, o aventureiro, e outro com olhar mais restrito, o trabalhador. No entanto esses dois homens se confundem dentro da mesma pessoa. Com isso ele quebra um pouco a idéia de que a Inglaterra é sinônimo de trabalho. O gosto pela aventura foi o que possibilitou a colonização no Novo Mundo. Nenhum outro povo como o português foi capaz de se adaptar tão bem na América.
A economia escravista colonial era a forma pela qual a Europa conseguiu suprir o que faltava na sua economia. O indígena não conseguiu se “adaptar” à escravidão, tornando o escravo africano imprescindível para o sistema colonial. O português vinha para a colônia buscar riqueza sem muito trabalho, além disso, eles preferiam à vida aventureira a o trabalho agrícola. Nesse contexto a mão-de-obra escrava aparece como elemento fundamental na nossa economia.
Como o fator terra era abundante na colônia, não havia preocupação em cuidar do solo, o que acarretou na sua deterioração. Os portugueses se aproveitaram de muitas técnicas indígenas de produção, que acabaram ganhando certa proteção que os distanciou um pouco da escravidão.
Para Sérgio Buarque, os portugueses já eram mestiços antes dos Descobrimentos. Além disso, já conheciam a escravidão africana no seu país. Autor faz parecer que o preconceito com negros era bem maior que com os índios no Brasil colonial. O Brasil não conhece outro tipo de trabalho que não seja o escravo. O trabalho mecânico era desprezado no Brasil, e por isso não houve a construção de um verdadeiro artesanato, só se fazia o que valia a pena, o que era lucrativo. Os brasileiros não eram solidários entre si. A moral da senzala era a preguiça. A violência que ela continha era negadora de virtudes sociais.
Autor critica os colonos holandeses que não procuraram se fixar no Brasil. Além disso, tais colonos trazem para o Brasil um aspecto que não se adequa aqui, que é a formação do seu caráter urbano, quase liberal. Sérgio Buarque ainda afirma, que a própria língua portuguesa era mais fácil para os índios e os negros, o que ajudou muito na colonização. Outro elemento que facilitou a comunicação colonial foi a Igreja católica que tinha uma forma de se comunicar muito mais simpática que as igrejas protestantes. Conclui o capítulo mostrando que o resultado de tudo isso foi a mestiçagem, que possibilitou a construção de uma nova pátria.
Herança Cultural: A estrutura da sociedade colonial é rural. Isso pode ser visto quando analisamos quem detinha o poder na época colonial: os senhores rurais. Dentro desse contexto, a abolição da escravatura aparece como um grande marco na nossa história.
O autor conta que entre 1851 1855, observamos um notável desenvolvimento urbano, graças à construção das estradas de ferro, e que tal desenvolvimento esteve muito ligado à supressão do tráfico negreiro. Muitos senhores rurais eram contra a supressão do abastecimento de cativos africanos, o que resultará numa continuidade do tráfico, mesmo depois de abolido legalmente. O medo do fim do tráfico faz com que aumente o número de escravos exportados para o Brasil até 1850. Buarque de Holanda fala que houve um aproveitamento do capital oriundo do tráfico para abrir outro Banco do Brasil. Fala também um pouco das especulações encima do tráfico e da abertura do Banco.
Para o autor, havia uma incompatibilidade entre as visões do mundo tradicional e moderna, o que resultou em muitos conflitos. Exemplo disso foi o malogro comercial sofrido por Mauá. O Brasil não tinha a menor estrutura tanto econômica com política e social para desenvolver a industria e o comércio. Os senhores de engenho eram sinônimos de solidez dentro da sociedade colonial. O engenho era um organismo completo, uma micro sociedade. O patriarca era quem dominava o resto da sociedade. Como a sociedade rural colonial era um grupo fechado, onde um homem dominava, as leis não entravam; os senhores tinham domínios irrestritos sobre seus “súditos”.
Num primeiro momento, os homens que vinham para a cidade eram os que tinham certa importância no campo. Houve uma substituição das honras rurais para as honras da cidade. Os colonos brancos continuavam achando que o trabalho físico não dignificava o homem, mas sim o trabalho intelectual. Com a Revolução Industrial, o trabalhador tem que virar máquina. O sentimento de nobreza e a aversão ao trabalho físico, saem da Casa Grande e invadem as cidades; o que nos mostra o quanto foi difícil, durante a Independência, ultrapassar os limites políticos gerados pela colonização portuguesa.
Para Sérgio Buarque a vida da cidade se desenvolveu de forma anormal e prematura. “O predomínio esmagador do ruralismo, segundo todas as aparências, foi antes um fenômeno típico do esforço dos nossos colonizadores do que uma imposição do meio”.
Semeador e o Ladrilhador: As cidades eram instrumentos de dominação. A Coroa espanhola, diferentemente da portuguesa, criou cidades nas suas colônias. Sérgio Buarque mostra como eram construídas tais cidades. Para Portugal suas colônias eram grandes feitorais. Enquanto a colonização portuguesa se concentrou predominantemente na costa litorânea, a colonização espanhola preferiu adentrar para as terras do interior e para os planaltos.
O interior do Brasil não interessava para a metrópole. As bandeiras normalmente acabavam se transformando em roças, salvo esporadicamente como foi no caso da descoberta de ouro. Com tal descoberta, a metrópole tentou evitar a migração para o interior da colônia. O advento das minas foi o que fez com que Portugal colocasse um pouco mais de ordem na colônia.
Sérgio Buarque continua falando sobre a colonização portuguesa sempre a comparando com a espanhola. Mesmo sendo mais liberais que os espanhóis, Portugal mantinha firme o pacto colonial, proibindo a produção de muitas manufaturas na colônia. Também fala do desleixo português na construção das cidades.
Portugueses eram corajosos só que mais prudentes. Portugal tinha uma maior flexibilidade social, e havia um desejo da sua burguesia em se tornar parte da nobreza. Não havia tradição em Portugal nem orgulho de classe, todos queriam ser nobres. Nasce a “Nova Nobreza”, que era muito mais preocupada com as aparências do que com a antiga tradição. Fala um pouco da história política de Portugal vinculada à vontade que a maior parte da população tinha em se tornar nobre, e tal desejo pode ser facilmente constatado no Brasil, mostrando que o papel da Igreja aqui era o de “simples braço de poder secular, em um departamento da administração leiga”.
Nas notas do capítulo, o autor irá trabalhar com a questão da vida intelectual tanto na América espanhola como na portuguesa, mostrando que na primeira ela era mais desenvolvida. Tratará da língua geral de São Paulo, que durante muitos séculos foi a língua dos índios, devido a forte presença da índia como matriarca da família. Fala da aversão às virtudes econômicas, principalmente do comércio. E por fim da natureza e da arte coloniais.
O Homem Cordial: Para Sérgio Buarque, o Estado não é uma continuidade da família. Dá o exemplo de tal confusão com a história de Sófocles sobre Antígona e seu irmão Creonte, onde havia um confronto entre Estado e família. Houve muita dificuldade na transição para o trabalho industrial no Brasil, onde muitos valores rurais e coloniais persistiram. Para o autor as relações familiares ( da família patriarcal, rural e colonial), são ruins para a formação de homens responsáveis.
Até hoje vemos uma dificuldade entre os homens detentores de posições públicas conseguirem distinguir entre o público e o privado."Falta ordenamento impessoal que caracteriza a vida no Estado burocrático”.
A contribuição brasileira para a civilização será então, o “homem cordial”. Cordialidade esta que não é sinônimo de civilidade de polidez, mas que vem de cordes, coração.
A impossibilidade que o brasileiro tem em se desvincular dos laços familiares a partir do momento que esse se torna um cidadão, gera o “homem cordial”. Esse homem cordial é aquele generoso, de bom trato, que para confiar em alguém precisa conhece-lo primeiro. A intimidade que tal homem tem com os demais chega a ser desrespeitosa, o que possibilita chamar qualquer um pelo primeiro nome, usar o sufixo “inho” para as mais diversas situações e até mesmo, colocar santos de castigo. O rigor é totalmente afrouxado, onde não há distinção entre o público e o privado: todos são amigos em todos os lugares. O Brasil é uma sociedade onde o Estado é apropriado pela família, os homens públicos são formados no círculo doméstico, onde laços sentimentais e familiares são transportados para o ambiente do Estado, é o homem que tem o coração como intermédio de suas relações, ao mesmo tempo em que tem muito medo de ficar sozinho.
Novos Tempos: Há na sociedade brasileira atual, um apego muito forte ao recinto doméstico, uma relutância em aceitar a superindividualidade. Poucos profissionais se limitam a ser apenas homens de sua profissão. Há um grande desejo em alcançar prestígio e dinheiro sem esforço. O bacharelado era muito almejado por representar prestígio na sociedade colonial urbana. Não havia uma real preocupação com a intelectualidade com o sabre, havia um amor pela idéias fixas e genéricas o que justificará a entrada do positivismo e sua grande permanência no Brasil. Autor faz críticas aos positivistas. Para o autor a democracia foi no Brasil “sempre um mal-entendido”.Os grandes movimentos sociais e políticos vinham de cima para baixo, o povo ficou indiferente a tudo. O romantismo acabou se tornando um mundo fora do mundo, incapaz de ver a realidade, o que ajudou na construção de uma realidade falsa, livresca. Muitos traços da nossa intelectualidade ainda revelam uma mentalidade senhorial e conservadora. Fala da importância da alfabetização para o Brasil.
Nossa Revolução: As revoluções da América, não se parecem com revoluções. A revolução brasileira é um processo demorado que vem durando três séculos e a Abolição é um importante marco. As cidades ganharam autonomia em relação ao mundo rural. O café traz mudanças na tradição, como a legitimação da cidade. “A terra de lavoura deixa então de ser o seu pequeno mundo para se tornar unicamente seu meio de vida, sua fonte de renda e riqueza”.O café substitui a cana, mas não deixa espaço para a economia de subsistência. As cidades ganham novo sentido com o café, que acabam solapando a zona rural.
O Brasil é um país pacífico, brando. Julgamos ser bons a obediência dos regulamentos, dos preceitos abstratos. É necessário que façamos uma espécie de revolução para darmos fim aos resquícios de nossa história colonial e começarmos a traçar uma história nossa, diferente e particular.
Para o autor a ausência de partidos políticos atualmente é um sintoma de nossa inadaptação ao regime legitimamente democrático. Sérgio Buarque critica o Brasil que acredita em fórmulas. Fala quais são os principais elementos constituintes de uma democracia. Com a cordialidade, o brasileiro dificilmente chegará nessa “revolução”, que seria a salvação para a sociedade brasileira atual.
Resenha critica
Controle de informação e identidade pessoal.
De inicio, o autor, trabalhará a noção de desacreditado e desacreditavél. Estabelecendo uma relação entre estes termos
E a identidade social do individuo e sua identidade virtual. No caso do desacreditado ocorre uma discrepância entre as duas identidades, onde é possível, segundo o autor, que percebamos sua verdadeira identidade social.
Já o desacreditavel é aquele que, consegue manipular suas "diferenças" seus estigmas, de modo a oculta-los dos demais, aqueles que não têm o contato intimo com o estigmatizado, e logo, não tem conhecimento de seus problemas. Uma vez que não foi externado pelo desacreditavel.
Ainda nesse ponto, encontro uma dicotomia entre o preconceito, em relação aos indivíduos- a quem se preconiza, como o presidiário, por exemplo- e em relação a um ex-paciente mental. Entretanto nas duas situações é, sim, gerado um preconceito que o presidiário pode ocultar, e o ex-paciente pode não ter essa possibilidade, Por conter traços corporais, símbolos ou signos de sua estigmatização.
O que o autor tratará mais à frente como "encobrimento". Em seguida trabalhará a noção de informação social. Esta é um conjunto de propriedades que, em termos grossos, trataríamos como personalidade do individuo. São características mais ou menos permanentes que identificam o individuo, em oposição a sentimentos ou estado de espírito que poderia tomar, o individuo, em diferentes momentos.
Propositalmente a informação social será gerada através do conjunto de signos, que transmitem essas informações e são também chamados de "símbolos".
E esses símbolos serão diferenciados de acordo com a situação em que o individuo se encaixar. Como por exemplo, o símbolo de "status" onde se valerá, o individuo de seus atributos socias, como lapelas da policia etc.
Em seguida destacam-se; símbolos de prestígio e de estigma, que presumimos serem os signos que identificaram os indivíduos em cada situação à que eles sejam postos.
Doravante, o autor trabalha os signos que tendem real ou ilusoriamente, a agir como desidentificadores. Ação que, a meu ver, os iguala, tanto os estigmatizados quanto os "normais".
E esses mesmo signos podem ou não ser informativos, ou pelos menos informativos precisos. Por exemplo, uma queimadura pode derivar de varias ações. Ou seja, ela pode se enquadrar tanto no "status", quanto no que estigmatiza "maldosamente", ou descalificantemente.
E estes podem ser propagados por terceiros, tornando-se assim estigmas, por exemplo, o bulling, nas escolas. É forçadamente empregado aos indivíduos acima do peso, mesmo não sendo algo tão a normal, dependendo do ambiente torna-se um estigma.
Ainda na discussão da referencia dos signos, o autor explicita os signos "venosos" estes são aqueles que são indicadores de maus estigmas.
E, podem ser também transpassados para terceiros, desde que estes se agrupem, mesmo não sendo portadores do estigma, podem ser tomados como tal por estarem na companhia do estigmatizado.
No tocante a visibilidade dos estigmas, entendemos que existem aqueles que podem disfarçar seus estigmas e aqueles que são presos a uma exposição continua dos seus. Como por exemplo, os cegos.
Em relação à visibilidade ainda o autor aponta três fatores importantes; a possibilidade de o estigma ser reconhecido, a intrusibilidade e por fim, o “foco de percepção.
Referente à identificação social, creio ser pertinente e conclusivo a seguinte afirmação; numa categoria o estigmatizado não pode deixar de ser um membro conclusivo dessa categoria, como no casamento, entretanto há uma categoria implícita à qual ela é somente um membro.
Outra noção que nos cabe avaliar, são das mascaras que o estigmatizado cria para interagir sem ser diferenciado pelo seu estigma, mascaras essas que somente aqueles que o conhecem intimamente podem ter acesso.
E em relação a essa diferenciação, é interessante observar que, o que torna os estigmatizados diferentes também os torna iguais em uma categoria, a categoria dos estigmatizados. O que pode ser encarado também, a grosso modo, como uma estigmatização estatal em massa, ou seja, espaços para secularização desses indivíduos.
É também interessante tomar a discussão das ocupações legitimas. Onde o estigmatiza, variando pelo seu estigma, ocupa um papel de certa importância na sociedade.
Um exemplo bem grosso é; o lancenaire - do Foucault- fora da lei, que se mantêm nesse status, com um intuito especifico e sob a guarda de certos indivíduos, ou seja, perpetuando e legitimando o papel do assaltante ou mercenário por exemplo.
Outra relação pertinente é a obrigação da identificação, que ressalta o texto, como uma proteção contra falsificações potenciais da identidade.
A linguagem como identidade também é abordada no texto, pois o modo de falar e as colocações e emprego de certas palavras, indicam a identidade do individuo, separando-os por níveis de educação e conseqüentemente por classe social.
Em seguida, a Biografia. O primeiro ponto a se considerar é que, o individuo só pode ter uma biografia, entretanto uma contraditória, multiplicidade de EU'S e aqui encontramos outra perspectiva de mascaras. E nessa problemática a falsa informação social, papeis e perfis, personalidade social.
E isso influi na reputação do individuo, na construção de sua biografia. Mas há também a biografia por terceiros, quando se relata informações sociais de um individuo por pessoas que o conhecem e , logo que ouvem seu nome, projetam uma imagem referente ao citado. Trata-se do reconhecimento cognitivo.
E nesse ponto por fim, creio ser pertinente, discutir o dualismo que o autor coloca como, por exemplo, na relação pai e filho x trabalhador e empregado. Ou como usam como exemplo as prostitutas. E finalizando o trabalho com o encobrimento dos estigmas. Que creio ser o titulo auto-explicativo.
PIBID
Fernando F. Lopes Júnior
Resenha critica referente ao tema: Exclusão social do texto;
“A sociedade do abismo”.
Primeiro, e bem pertinente, o autor trás a tona a questão obvia, eu diria, de que a economia permeia e até dita às relações sociais. E com isso propaga e dissemina as exclusões (luta de classe). Exclusões essas, que, segundo o autor, levaram o capital à sua crise, ou seja, ele vai ruir por si mesmo.
Atenta também que, toda a medida inclusiva é bem vinda e necessária. Principalmente pelo fato apontado pelo texto de que, é crescente a consciência e a necessidade de remodelação do estado. Como já se percebe, o texto é totalmente marxista. De modo a propor, como solução para a problemática exposta, que é; desigualdade, distribuição igualitária de renda. Em suma, a horizontalidade dos seres humanos.
Entretanto, atenta-se ao problema do engessamento das classes populares à luta, por digamos, uma acomodação gerada pelas ações do estado capitalista.
“os esforços para reverter esses efeitos, tendem a se perder na lentidão dos resultados em face a uma consciência social que, com justiça, quer e tem pressa.” (P.10)
É fato, e o autor explicita também que, as classes baixas teimam em participar do que não os quer ao não ser como “vitimas”, ferramentas simplesmente. Com isso percebemos que não estamos face a um dualismo e sim, presos a um sistema que é bom ou ruim de acordo com os “privilégios”, ou seja, aqueles com maior acumulo de capital têm maiores “oportunidades”, privilégios esses que deveriam ser direitos igualitários, formam uma sociedade que, tanto inclui quanto exclui.
Como ferramenta para isso o autor cita o “bloqueio do pensamento critico” (P.10) efetuados pelos mecanismos do estado capitalista, como citado anteriormente. Pois, consciência social que não resulte da critica é apenas alienação, de acordo com o texto. Outros fatores importantes abordado são: os tipos de pobreza, que não são só materiais.
O autor afirma – acertadamente- que o capital desenvolvido eleva a extremos o progresso tecnológico, mas, para pequenas parcelas da sociedade, enquanto eleva a extremos de pobreza maior parcela da sociedade. Esclarece que, a exclusão é própria das sociedades tradicionais, como era quando Brasil colônia, por exemplo. E que ainda sobram fortes vestígios, como reflexo disso, o auto teor discriminatório e preconceituoso que aqui ainda existe. Isso pode ser tomado como exemplo de consciência social não critica, ou seja, a alienação que o autor trata anteriormente. Como o pobre nobre, que recebia mais esmolas do que aquele que nascia pobre, devido a uma estatificação que, preconizava e mesmo nesse caso, privilegiava uns e outros. Contudo o objetivo dessa parte do texto é; compreender os mecanismos de diferenciação social das classes – o que se denominou exclusão social.
O autor levanta também a questão de que o excluído pela sociedade pode estar incluído, como quando lhe é possibilitado de alguma forma, interagir economicamente na sociedade, entretanto só economicamente. Como problemática enxerga também, a pobreza teórica nas questões atuais.
Como dito anteriormente, o autor vem explicar que, o termo exclusão faz parte de uma categorização imprecisa, um atributo, como se os indivíduos trabalhassem para isso, para uma categorização dos indivíduos, quando na verdade, na práxis, essa consciência não existe.
O autor esclarece que é necessário o discernimento sobre a consciência de um excluído, para assim iniciar o entendimento sobre a problemática. Ou seja, compreende as distinções entre situação e consciência social. Desse modo, o que se quer deixar claro é o papel investigativo das ciências sociais, na tentativa de compreender as relações sociais, interpretadas pelos seus agentes. Sem isso não correspondem as “possibilidades”. Ou seja, entender por que aqueles que trabalham para isso, trabalham para enquadrar os pobres ao invés de descobrir o que querem os pobres.
Trata brevemente sobre a sociedade contratual. Como exemplo toma a família como produto do capital “a conta da família” ao invés da “conta do individuo”. De modo que o sistema usa da irracionalidade do individuo, ao invés de se ater as suas transformações que, por exemplo, o operário pode solicitar. Ou seja, o operário esta incluído. Como exemplo usa-se o Brasil na época da ditadura, onde antes numa família apenas um precisaria trabalhar para sustentar os demais, e agora são necessário ao menos dois trabalhadores na família para manterem o mesmo padrão.
De certo modo, o que o autor tenta esclarecer com isso, a meu ver, é que as classes operarias, por exemplo, acomodaram-se, tanto que, por participarem economicamente da vida social, não se sentem mais excluídos, enquanto isso é só uma falsa sensação de inclusão. Por participarem, ou melhor, por poderem ter acesso aos mesmos objetos de consumos das classes altas, entretanto de maneira diferente, digamos, mais esticada, mais sofrida.
Desse modo, entende-se que o autor trata da Luta contra a exclusão, como a nova luta de classes pelo socialismo. Na verdade seria, se as demandas tomassem medidas radicais, o que não fazem. Assim, na categoria exclusão, há um dualismo, uma dupla vitoria; (1) conformismo e (2) os problemas sociais que dele resultam. Ou seja, há uma coisificação das pessoas como real e maior problema. Uma das vertentes desse problema, apontado no texto, é o medo de ser excluído, de se enquadrar nessa perspectiva.
Avançando no texto, o autor vem explicitar seu real interesse em sua obra, que, segundo ele: ”não se trata de dizer diretamente como as coisas são, ou provavelmente são, mas, de sugerir uma compreensão social consistente do que são e não são ao mesmo tempo”. (P.22). Com isso ele atenta para a real função das ciências sociais que, primordialmente servem para formar cidadãos críticos. E assim usa a exclusão como ponto para a reflexão critica.
Como medida de tornar o Brasil competitivo, no intuito de tornar as necessidades de consumo atual da sociedade em valores e idéias superiores aos de bem estar ou igualdade. Onde até o pobre tem seus aparatos de consumo, que o fazem sentirem-se iguais aos que tem maior poder aquisitivo, mesmo às vezes não tendo nem como utilizá-los. Porém, ele mesmo cria o mundo dele. Ele, o individuo de menor poder aquisitivo, ou seja, o excluído torna-se cúmplice de uma visão de uma possível historia irremediável. Para tratar do “antigo” pobre, o autor vem alertar que hoje o desfavorecido usa de uma mascara (Goffman) para sua integração social.
Ou seja, creio que os excluídos encaram o consumo como a porta de entrada para a inclusão social, uma vez que eles têm oportunidade de ter o que a própria sociedade vende como sendo objetos de “interação”, de modo que o consumo torna-se a ferramenta de inclusão e afirmação social. Por isso, falar de exclusão, de uma forma analítica, não tem propriamente um significado profundo, nem denuncia algo. Na ocasião, quando se insere através do consumo, o excluído é capturado pelo imaginário de inclusão que o marginaliza, e devido a isso, no caso de não encontrarem espaços nos âmbitos sociais, como um emprego, por exemplo, os indivíduos buscam outros meios de inserção, como o trafico, por exemplo. “O importante é poder ter o que todos têm“. Por fim, como apontamento, o autor explicita também que, o problema está na desumanização do sistema.
“Compreende-se; a contradição de que o excluído é produto da expressão’’(P.38).