terça-feira, 29 de março de 2011

As boas novas eram só boatos?... ( Musicosociológia 13)

Olá pessoas... Tudo Ok com vocês?! Espero que sim!



    Hoje, atendendo a pedidos (da minha irmã huahuah) trago aqui uma das minhas bandas preferidas, os Engahaii. Aproveitar pra agradecer aos novos visitantes, provenientes de laços institucionais,(familiares rs) e com isso simplificarei a minha escrita, pois, percebi que me restringia à um público, que no caso, é aquele em que convivo maior parte do tempo, o meio acadêmico. E como agora está ficando mais abrangente, preciso diminuir esse academicismo que impregna. Então... Mãos à obra! 

 Na ocasião, entrarei numa linha político-revolucionaria, dentro dos moldes contemporâneos. O que, na verdade, configura-se mais como " A critica"!












Segunda Feira Blues 1
Composição : Maltz e Gessinger


onde estão os caras que lutavam dia-a-dia sem perder a ternura jamais?
onde estão os caras que desmaterializavam moedas de dez mil reais?
onde estão os caras que desconheciam limites ... universal e singular?
onde estão os caras que desenhavam novas cidades
em guardanapos na mesa de um bar?

onde estão as provas, onde estão os fatos?
as boas novas eram só boatos?
onde estão os atos de bravura e rebeldia (ternura guerreada dia-a-dia)?
será que estamos sós?

onde estão os caras que pregavam no deserto?
onde estão os caras que deixavam as portas abertas para a vida poder circular?
onde está o teatro mágico só para iniciados?
onde está o espaço não privatizado?
onde estão os caras que acenavam com a mão invisível um mercado para todos nós?

onde estão as provas, onde estão os fatos?
as boas novas eram só boatos?
onde estão os caras que lutavam e cantavam?
(por um mundo ideal eles gritavam : não estamos sós! )

onde estão os caras que diziam que a guerra ia acabar?
onde estão os caras que diziam que a maré ia virar?
onde estão os caras que espalharam o vírus, prometeram a cura e viraram as costas?
onde está o outro ? onde está o diferente? onde está o comum a toda gente?

onde estão as provas, onde estão os fatos?
as boas novas eram só boatos?
onde estão as provas, onde estão os fatos?

    Como se percebe, começamos com uma das mais conhecidas frases desses ultimos séculos, que é a frase de impacto do Ernesto "Che" Guevara, " Há que endurecer, sem perder a ternura jamais". E como vimos, também,  tudo gira em torno do desaparecimento da esperança! É quase isso que se entende na música e, infelizmente, é meio que, assim que enxergamos a nossa realidade hoje mesmo. 
    O capitalismo tem cumprido seu papel e, mercantilizado tudo, inclusive, o que lhe oferecia alguma forma de resistência, exemplo disso é a mercantilização da imagem do "Che", dentre outras, é a velha máxima " se não pode vence-los..." E dai em diante, o que se percebe, como falei antes, é um tom negativista, ou desiludido mesmo, o autor vai pontuando e ao mesmo tempo mostrando que nos falta a veia revolucionaria, inovadora.         Falo que nos falta, realmente generalizando, uma vez que, percebemos a força devassadora que a alienação, através da mídia, vem exercendo sob as novas gerações, mas, isso é assunto pra outra ocasião (ate por ser bem mais complexo que se imagina). Mas, andemos...
   E, ainda nessa veia revolucionaria, como exemplo ele cita o Oscar niemeyer, "onde estão os caras que desenhavam novas cidades em guardanapos na mesa de um bar?". E com o refrão, entendemos bem o que o autor quer passar com a música em questão: "onde estão as provas, onde estão os fatos? as boas novas eram só boatos? onde estão os atos de bravura e rebeldia (ternura guerreada dia-a-dia)? será que estamos sós?" Não acham?
    O interessante é que no decorrer da música além de ir pontuando nossas convergências ele vai criando também uma linha do tempo com as colocações após os refrões tipo: "será que estamos sós? por um mundo ideal eles gritavam : não estamos sós!". E ainda em outra versão, que seria a continuação dessa, encontramos ainda a construção da mesma linha de raciocino, mas deixarei para trabalha-la melhor em seu tempo.
   Não me estenderei porque acho que nem preciso, basta ouvir a música em questão que nos apegamos a varios conceitos bastante conhecidos e difundidos nas nossas relações cotidianas, de modo que, para finalizar, ressaltarei a parte que fica subliminar na canção em questão, lembrando que é pratica comum do autor usar do recurso da subliminaridade em suas músicas. 

"onde estão os caras que diziam que a guerra ia acabar? onde estão os caras que diziam que a maré ia virar? onde estão os caras que espalharam o vírus, prometeram a cura e viraram as costas? onde está o outro ? onde está o diferente? onde está o comum a toda gente?"


Onde está o comum a toda gente?

Fica ai para reflexão...

Pessoas, mais uma vez agradeço aos novos leitores e aproveito pra me desculpar pela confusão de hoje. No mais... É isso!
inté quando dé!

4 comentários:

  1. Ah nem bem raiou o diaa e este já se findaa...

    Ou não!
    o dia se vai antes de começar ou sou eu mesma que não o quero viver...

    elementar!
    a esperança não desaparece, transfigura-se. Tal como um palhaço em depressão. São os esperançosos que se foram,
    os que pensavam no nós bem antes dee qualquer eu, agora eh... "primeiro: eu, segundo: eu, terceiro: eu."???

    E Bel!!!! Pasme!!!

    Assim eles se acham espertos...
    e agora realmentee... onde está o diferente...?

    nossos limites... singulares...
    pão, casa e uma mulher enamorada que lhe dê carinhoo e roupa passadaa..

    por mais que se divirta eh c as erradas... {isso me parece quase o "comum a toda gente"}

    o velho jornal de hoje na sala, com as mesmas notícias da semana passada..

    e aquela morbidez embreagada dizendo que um dia... um dia a guerra acabaa...

    Temo muito por você minha filha {M.Luiza S2}... não há um mundo de paz, nem pessoas de bem, nem milagres do além...

    Faça aqui por um e por todos, que do céu?? Só cai chuvaa!!!

    Sayonara!!!

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  2. Vllw Júnior , adorei hehehe! / será que estamos sós? ...

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  3. Adoro essa musica e tbem todas que Humberto Gessinger compôs,suas letras são de uma singularidade que me faz pensar mais em tudo. Muito boa análise!

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