domingo, 7 de novembro de 2010

Momento reflexivo...(musicosociologia 2 )

   Olá, olá, olá caros amigos... Pessoas, sujeitos, indivíduos, atores ou como preferirem!

   Como vão vocês? Bem?! Espero que sim!

        Então, passo por aqui nesta fatídica noite de domingo para compartilhar com os demais (aqueles que tiverem saco) reflexões "sobre essas coisas sem jeito que eu trago em meu peito, e que eu acho tão bom!".




         Pois bem, de inicio gostaria de posicionar-me em relação ao comentário feito pela estudante de direito em relação aos nordestinos. Primeiro: entristece-me saber que alguém que, primeiramente, está buscando formação em um campo que lida com legislação, direitos humanos e conseqüentemente "tem" (ou pelo menos deveria ter) um nível de discernimento sobre seus comentários e, principalmente, ter discernimento de seu papel na sociedade depois de "graduada". Mas, adiante! Não me ofendi diante da xenofobia, entristeci por lembrar quão (ignorante) preconceituosas as pessoas podem ser... =/
      Lembrando que o preconceito é um juízo preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude discriminatória perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém ou de um grupo social ao que lhe é diferente.
       Porém, apesar do posicionamento da jovem já ter sido bastante (ridículo) ofensivo, a mídia ainda (prefere por vender muito) espetacularizar a informação e transformar num tipo de “cabo de guerra” onde põe ,de certa forma ,uns contra os outros ,como por exemplo: “...Os nordestinos se defendem.." – esclarece a matéria. Se defendem de que? Isso não é algo que necessite de defesa  ,nesse caso necessita que sejam tomadas as medidas cabíveis à “Moça” que teceu o comentário preconceituoso e com quem mais resolver agir da mesma forma. Ou seja, (como diria Duarte) não me impressionei com a atitude, vemos coisas tão piores no horário do almoço, deixamos que nossas crianças assistam também certas barbaridades que causam (pelo menos em mim) embrulho no estômago só de imaginar e nem por isso se desliga a TV da cozinha (para se ver a que ponto chegamos colocar uma TV na cozinha! Pra ajudar na digestão? Ou nos entalar de futilidades?).
       Enfim, em relação a isso só posso lamentar pela moça e pela família que pode ser totalmente desestabilizada ,dependendo da visibilidade que a mídia vai dar a informação, pois não há muito, vimos (nessa mesma TV) um seqüestro desses de rotina (pois ,já é algo normalizado), que infelizmente teve um fim trágico onde a menina foi atingida fatalmente. Não o bastante, em reviradas sobre a vida dos familiares da menina descobre-se que seu pai é foragido e então... (dá pra imaginar o resto né?).
    Isso foi só o inicio...

    Mas... Mais uma vez, adiemos!


        Na ocasião trarei aqui uma música para tranqüilizar esse fim de domingo (e fazer lembrar que amanhã é segunda: @).
           No caso, a música é "Conheço meu lugar" do Belchior. Não farei uma dissertação dela (pelo menos não nesse momento), mas pelo fato dela deixar claro a visão de um nordestino diante essa caracterização que nos foi feita ao longo do tempo (e com ela, de certa forma, entendamos também que parte dessa culpa pode ser nossa, por termos nos submetido a aceitar tais colocações). Enfim, no fim das contas me orgulho de ser desse povo pacato e hospitaleiro! Também! Com uma vista dessas pra gente contemplar todo dia...
                                          (claro que a vista é sem eu ai)


... tem nem como se estressar !
mas vamo lá!



         Conheço meu lugar

O que é que pode fazer o homem comum
neste presente instante senão sangrar?
Tentar inaugurar
a vida comovida,
inteiramente livre e triunfante?
O que é que eu posso fazer
com a minha juventude
quando a máxima saúde hoje
é pretender usar a voz?
O que é que eu posso fazer
um simples cantador das coisas do porão?
Deus fez os cães da rua pra morder vocês
que sob a luz da lua,
os tratam como gente - é claro! - a pontapés.)
Era uma vez um homem e seu tempo...
(Botas de sangue nas roupas de Lorca).
Olho de frente a cara do presente e sei
que vou ouvir a mesma história porca.
Não há motivo para festa: ora esta!
Eu não sei rir à toa!
Fique você com a mente positiva que eu
quero a voz ativa (ela é que é uma boa!)
pois sou uma pessoa.
Esta é minha canoa: eu nela embarco.
Eu sou pessoa!
(A palavra "pessoa" hoje não soa bem -
pouco me importa!)
Não! Você não me impediu de ser feliz!
Nunca jamais bateu a porta em meu nariz!
Ninguém é gente!
Nordeste é uma ficção! Nordeste nunca houve!
Não! Eu não sou do lugar dos esquecidos!
Não sou da nação dos condenados!
Não sou do sertão dos ofendidos!
Você sabe bem:
Conheço o meu lugar! 

3 comentários:

  1. Essa menina está sendo indiciada penalmente pelo ministério publico. soube também que a OAB também estará impretando com algum recurso na justiça em face dela. Certamente ela irá se condenada a alguma pena alternativa. Ela errou feio, mas a imprensa piora tudo. não acha?

    Acredito que ela foi muito inocente e infantil, não em seu comentário e sim na repercussão do seu 'desabafo'. Afinal, comentários desse calão existe aos montes.

    Li um pouco sobre esse caso e desde o inicio tive nauseas desse tipo de descriminação. fico triste, ao ponto de não querer pensar nisso. mais triste ainda por saber que certamente existirá pessoas sem discernimento intelectual e vivencia pessoal em não perceber o quão é superficial descriminar. A liberdade que há na internet é impressionante.

    De qualquer forma, a pena que justiça deveria dar a essa moça não é priva-la de liberdade, e sim, leva-la a assistir diversas aulas sobre sociologia, etnocentrismo e antropologia. Tem liberdade melhor do que essa?

    abraço
    parabens pelo blog, bola

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  2. Ah... essas coisas que acontecem são realmente RUINS(pra não usar um palvarão, rsrs), povo do sul com preconceito e povo do nordeste com outro, e tudo cresce em progressão geométrica...

    E essa música... Ahhhhhhhhhhhhhh!! Uma das do meu gosto que é um pouco maluco.

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  3. E triste vê como ainda tem pessoas com essas opiniões “preconceituosas” sobre os nordestinos. Para uma pessoa que estar em formação e com conhecimento (pelo menos deveria ter) ela foi infeliz em seu comentário para justificar a opinião política do povo brasileiro.

    Como o Caro colega cita logo a cima essa jovem deveria assistir um pouco mais as aulas de sociologia, buscar conhecer um pouco mais os assuntos e com isso consolidar os seus conceitos antes de sair falando certas bobagens.

    Finalizo aqui com uma frase de um dos melhores cantores e compositores [na minha humilde opinião]
    “Minha fala nordestina quero esquecer o francês...” [ Belchior ]

    Parabéns pelo blog, Fernando

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