segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Cada povo tem o novo que merece...(Musicosociologia 16)

 Agora sim! 
  Ando muito bem, de modo que estou bem mais sensitivo às audições...
Também tenho encontrado novas coisas velhas  que, no momento quero compartilhar com os caros colegas de interpretação...

  Pois bem, antes, acho pertinente esclarecer sobre o titulo da música, este que se refere ao inicio de um dos movimentos mais conhecidos do mundo e que por contradição, o núcleo inicial é praticamente desconhecido... Então, Mãos à massa...



  Skinhead (em inglês: Cabeça raspada) é uma subcultura originária dos jovens da classe operária no Reino Unido no final dos anos 60, e mais tarde espalhada para o resto do mundo. Chamados desta forma devido ao corte de cabelo, os primeiros skinheads se originaram dos mods britânicos, e foram fortemente influenciados pelos rude boys jamaicanos [Os Carecas da Jamaica] que imigraram para a Inglaterra nessa época, em termos de moda, música e estilo de vida.[1]A subcultura skinhead era originalmente baseada nestes elementos, e não na política nem em questões raciais. No final dos anos 70, entretanto, a raça e a política viraram fatores determinantes, gerando divergências e divisões entre os skinheads. O espectro político dentro da cena skinhead abrange daextrema-direita a extrema-esquerda, apesar de que muitos skinheads sejam apolíticos.A moda skinhead apresenta um estilo particular de se vestir (que costuma incluir botas e/ou suspensórios), o culto à virilidade, ao futebol e ao hábito de beber cerveja. A cultura skinhead é também ligada à música, especialmente ska, skinhead reggae e streetpunk/oi!, mas também punk rock e hardcore punk.

Fonte: wikipedia

[Perceba que mesmo no que se escreve sobre o núcleo inicial, que seriam os jovens jamaicanos, são pouco citados...] 
Então vamos às interpretações...


Carecas da Jamaica
Composição: Nei Lisboa / Augusto Licks


Se me derem um pedaço de plutônio
Minha turma se encarrega de explodir
A pobreza das idéias dessa gente
Que comanda o shopping-center do país
Aos poetas, luz e sombra
Chatôs e Chandons
Aos piratas do subúrbio
Galeras do rei
Às piranhas, carne fresca
Turistas no Rio
Aos carecas da Jamaica, nada

Cada vez que a corja fala de cultura
Glauber quer quebrar a tampa do caixão
Cada povo tem o novo que merece
E o menudo vem com tudo e com razão
Aos poetas....

Vinde a mim as criancinhas do Nordeste
Que eu ensino a fome a receber cachê
Deixa estar, Godard, que a estrela do Oriente
Nos enreda nessa rede de TV
Aos poetas...


  Então, acredito que é bem óbvia a colocação dos autores na música, por exemplo, em relação a quando se fala em explodir o pedaço de plutônio, devido ao que o resto da música passa, gosto de acreditar na explosão por revolução, se me derem um pedaço, a minha turma também se encarrega de explodir...
  Sobre a pobreza das ideias dessa gente, que por acaso, comandam os shoping's centers do país, entendemos que se trata da burguesia detentora do poder econômico. O que se trata como pobreza de pensamento poderia ser interpretado também como pobreza de espírito, pois, se trata do acumulo polarizado de capital mais a não intenção de divisão igualitária.
  Sobre o que falai anteriormente sobre Os carecas da Jamaica [ou Rude Boys] é que esse trecho, ou melhor, o refrão se atém;
Aos poetas luz e sombra[...], descanço e paz aos que mantém o lirismo e a possibilidades de "boas ilusões" ao povo que, com elas se mantém estático às suas lutas\ aos Piratas do subúrbio galeras do Rei [...] Aos piratas, que hoje se pode fazer alusão aos nosso abundantes corruptos, aqueles que vivem da nobreza [dinehiro] do Povo...\ As Piranhas carne fresca, turistas no Rio\Cio [...] Não precisa dizer que se trata da exploração sexual que praticamente se instituiu no Brasil, pelas propagandas apelativas divulgando o país em outros países... E aos Carecas da Jamaica nada! Aos que deram inicio ao que seria uma revolução, mesmo que de paz e positividade, pelo fato de as músicas pregarem a harmonia, como no caso do SKA, Reggae etc. Nada! Nem mesmo o reconhecimento...
  E, ao longo da música percebemos outros traços da crítica à submissão que se encontra a criação de cultura, pois quando ele fala; "Cada vez que a corja fala de cultura, Glauber quer quebrar a tampa do caixão". Poderia dizer que o Roque Laraia quer quebrar a tampa do caixão [Aos antropólogos]. Como pode a burguesia, maior interessada que o povo fique sem cultura, falar em cultura? Cultura pra quem? Que cultura? Seria o Menudo a cultura, ou o Restart?
  Assim, como deixar as criancinhas no nordeste com fome é normal, mascarado de inevitável, é a TV que enreda a vida alheia...

Pois bem pessoas... É por ai adiante... Bem como estamos acostumados, mas... E aê? continuaremos nos acostumando, acomodando?

Por hora... Inté quando dé

[hasta la vitoria]
  

Um comentário:

  1. O som é irado meu velho com ótimas influências musicais, irado mesmo! Mas já que todo povo tem o novo que merece, acho que merecemos mais shopping centres em Natal.

    Caro bola permita-me dizer,

    mas percebi sobre as manifestações que tomaram conta da cidade natalense nos últimos tempos, quando uma gama da sociedade não aguentando mais esse teatro trágico da administração PeVista saíram às ruas para mostrarem sua indignação.

    Nessas manifestações uma coisa me chamou atenção nas primeiras ações em especial, vi o novo surgir em Natal é a cultura classe média tomando conta dos espaços, onde as manifestações para darem certo precisaram iniciar, passar ou terminar próximo a um shopping centre.

    Viva o acúmulo do capital e a subserviência da população em prol de sua criação... criaremos mais shoppings centers para mostrar nossa indignação próximo ou dentro deles... e as criancinhas do nordeste que aprendam a ganhar seu cachê.

    Gostei também da letra a menção à Glauberino, poderia dizer que fosse ele mesmo ali ... husahsauhas

    Flw!

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